Instituto de Psicologia

Milton H. Erickson

Aprendizagem e crescimento.

Juiz de Fora

 

 

Para se tornar melhor pai ou melhor mãe sem ter arrependimentos.

 

José Augusto de Paula Mendonça.

Abril/2024

Muitos falam de uma escola de pais. Na verdade, nada é impossível, desde que reconheça as melhores posturas para as diversas situações. E elas podem ser aprendidas.

Todos os seres humanos nascem com o potencial interior para ser capaz de superar aquilo que faz parte da vida humana. O passado ensina. No fundo, as pessoas se perguntam se estão prontas para lidar ou se se fazem merecedoras de tamanha joia que é um filho. Mesmo que não seja capaz de tocar, brincar, levar para lugares e eventos, poderá descobrir algo que seja capaz de fazer. O melhor e mais importante, é saber o que é amar. Ao se perguntar, se não está perto para proteger dos diferentes perigos, ensinar o que precisa para vida ou para ser suporte, terá a resposta de se conseguir amá-lo e fazê-lo sentir que é amado, desde antes de nascer. O simples fato de ser legal, no sentido de bondade, empatia, compaixão e não fugir da tarefa de dizer não para aquilo que é não e, não, no sentido de se favorecer com o não, pode ajudar na construção da relação.  Claro que incertezas também levam ao aprendizado de se interessar por estar junto na correnteza chamada vida, que também ajuda a elaborar o objetivo. E ao fazer, é simplesmente só seguir o fluxo. Como a própria água faz, contornar os obstáculos e não bater de frente a eles.  

Ao aceitar tudo escorado no destino ou colocar nele as repetições, os comportamentos serão só negativos porque deixam de buscar as positividades e as possibilidades de mudanças e eles se tornam fugas e omissões.

Esqueça a perfeição e adira aos processos naturais evolutivos de se tornar realmente melhor a cada dia, e sendo honesto consigo mesmo. Vamos às possíveis práticas. Pai com P maiúsculo de proteção. Anteparo este para o exato momento do até agora e o futuro necessário. Respeitar os limites próprios vai de encontro com ações novas. Por exemplo, usar da calma, do silêncio e oportunamente poder colocar aos filhos os comportamentos louváveis e corretos diante dos fatos. No sentido de filiação, para deixar a eles o melhor das linhagens, assim eles poderão prosperar em todos os aspectos. E estes vão do emocional, físico, espiritual, cognitivo, relacional ao material. Com a alteração das leis dos homens, de não ser permitido educar com agressões, é possível pecar pelo excesso ou escassez do limite. Mas nada que não possa não ser reavaliado para educar com bons exemplo e palavras. Tomá-los pelas mãos para a prática amorosa de dar-lhes os ensinamentos da concretude, promessas de reconciliação, oportunidades de se tornarem mais e melhores. Pensar o que fazer diante de outra pessoa de forma respeitosa, educada e sincera. Permissão para desejar, sonhar e realizar, ensinando a prática da conquista e das experiências positivas, negativas e frustrantes como lições, até alcançar o fino trato do comportamento desejável e aceito pela sociedade. Mesmo que os pais ou o indivíduo se cobrem, às vezes, de maneira incoerente, pelos erros ou desinformações, é possível retomar o trabalho educativo. Além de poder estar junto ao filho no autoconhecimento para não se sentirem culpados ou viverem para atender as expectativas paternas, nas escolhas da profissão, amor e propósitos, cabem as orientações para a individualidade. Ao ser direcionado, desde o não mexer nas coisas quando bebê, mas diferenciar-se de forma segura na individuação, reconhecimento, pertencimento no limiar entre pais e filhos, educa sem arrependimento. Se é capaz de se perguntar como ser bom pai ou boa mãe, então é capaz de reflexões sobre a própria forma de aprender, porque aqui é para refinamento, crescimento e cumprimento das missões que cada pessoa assume consigo mesmo junto a uma energia maior.   

De sapo a príncipe.

Suzana Maria de Paula Mendonça.

Março/2024

Era uma linda manhã de inverno. Céu azul, poucas nuvens e um frio suave, apesar de um sol aconchegante. Subi a montanha seguindo o mapa que me fora dado. Era a montanha de nome Encontro. Parava para admirar a beleza do lugar. Uma trilha com árvores, plantas coloridas e tons verdejantes em nuances diversas. Um aroma de pinho que me fazia respirar profundo a todo instante. Eu subia e fazia pausas. Admirava os locais e pensava como seria o meu encontro com um grande e especial orientador espiritual. Eu imaginava sua voz, postura, pele marcada pelo tempo, o ambiente e uma curiosidade tomava conta do meu coração para saber se seria um ancião ou uma anciã.  Quanto mais eu imaginava, mais pressa de chegar eu tinha, ao mesmo tempo, mais envolvido com a montanha eu me mantinha. Até que li a placa: “Seu Santuário”. Era uma caverna muito profunda, ampla e bem sinalizada. Havia placas diversas e, pelo meu mapa, eu precisava encontrar a placa escrita: entrada da “Verdade”. Passei por várias placas, até encontrar. Passei pelos nomes de sentimentos, descoberta, esperança, luz, tranquilidade, persistência, amor, consciência, piedade, sabedoria e outras.  Na entrada, gritei: Olá! E ouvi: Entre! Venha até aqui! E caminhei com o coração acelerado, passos largos e um enorme calor no rosto. E me deparei com um lugar maravilhoso, uma caverna de onde se emanavam vários feixes de luz. Raios longos, penetrantes, reluzentes.  Um branco, um azul, um rosa, um dourado, um verde, um ouro rubi e um violeta. E uma voz soou no fundo: aproxime-se! Sente-se aqui! Aceita um chá, um copo de água? E foi então que me encontrei com uma mulher com aparência de uns 60 anos, vigor e movimentos de uns 20 e voz de 15. Ela me indicou a cadeira em frente à dela e, ela em uma posição faraônica, iniciou a conversa com perguntas. Perguntou-me como a encontrei, como foi minha jornada até lá, o que aprendi enquanto me preparei para subir, o que tinha listado para conversar e o porquê de estar a sua frente. Atônito, respondi: não listei, vim por indicação de um amigo. Dentre todas as minhas indagações, não cabe contar detalhes, me detenho em repassar a seguinte história que me permitiu conectar-me com minha essência e compreender minha trajetória. Mudou minha vida e me encontrei.

 “Esta é a história de um homem que vivia recluso, apesar de muita riqueza e muito poder. Ele sonhava em ter uma família e ser feliz. Ele se achava feio e, segundo as descrições, era mesmo! Sem estudos, de maus hábitos, agressivo e sem habilidades relacionais. Seus pais o criaram para ser famoso, grandioso, rico e mantenedor do império que, desde o bisavô dele, estava de pé e ampliando a cada geração. Ele vivia preocupado com a vida que levava, sem amigos ou namorada. Reclamou aos pais. E os pais decidiram pedir ao Secretário deles que fizesse uma lista discreta, sigilosa, de melhores opções de moças para casamentos. Então selecionaram algumas. Num dia de festa tradicional na cidade, ele foi aos eventos onde estariam essas jovens. Foi notório as que se aproximaram por interesse, por dinheiro ou posição. Porém, uma só não se arriscou a aproximar. Ouviu falar sobre ele, sobre a família e sobre toda história familiar. O Secretário sugeriu que investissem exatamente nela. E com o tempo, se tornaram amigos.  Ela não pretendia ser namorada. Aos poucos, ela desenvolveu por ele, empatia, compaixão e o ensinava a expressar sentimentos, refletir sobre as situações, pessoas e contextos. Ela ousou dizer a ele coisas, como: seja verdadeiro! Expresse emoções de forma produtiva! Elogie se for real! Perceba o que está sentindo, não julgue tanto, respeite o outro! Seja mais educado, pratique o bem, cuide-se melhor! À medida em que os fatos ocorriam, ela ia exemplificando e dizendo como ela pensava e de que ela discordava. Um dia, ele perguntou se ela gostaria de se casar.  Ela disse que sim, mas que era preciso gostar, admirar, amar, querer estar perto. “Quero alguém para compartilhar, construir, dividir e somar”. Ele ficou surpreso e disse que gostaria das mesmas coisas. Só que ele nunca havia pensado sobre como seria a pessoa para estar ao lado dele. Ela disse a ele que então ele precisava mudar, descobrir os tesouros internos, habilidades e, naturalmente, apresentar as qualidades, no dia a dia.  Ele passou a admirá-la, gostar dela, e amá-la. Ele a levou a casa dele para um café com os pais, que se encantaram por ela. Em meio as conversas à mesa, ela falou como ela o via. É como se ele fosse um cristal puro e valioso, mas que há várias camadas de poeira, lodo, terra, pedras descartáveis. Ele se apaixonou pela descrição dela e tratou de realizar as mudanças. Tratou de investir no processo de arrancar o material sujo e desnecessário e ir se lapidando internamente. E em pouco tempo, estavam casados e, nos votos, ele cita a analogia com que ela o descreveu e diz se sentir como se tivesse retirado de si mesmo muitas peles grossas, que o cobriam. Assim ele fez e acabou por se descobrir um príncipe, que até então, estava vestido de sapo.  

Quantas peles você precisa retirar de si mesmo?

 

 

Sonho ou não?

Suzana Maria de Paula Mendonça.

Fevereiro/2024

  Um dia um menino estava sentado à beira da estrada, recostado em uma grande árvore que se chamava Verdade e ficava em frente a uma entrada para o lago de nome Descoberto. Não pense que era uma estrada qualquer, mas uma linda e longa estrada que terminava no coração da floresta mágica. O início era na fazenda Esperança, onde os animais se davam bem e desfrutavam de todas as espécies de frutos, flores e plantas. Jardins de um lado e pomares de outro formavam a praça da Fé. No centro luz, ficavam as fontes que irrigavam e abrilhantavam a decoração de uma das entradas. Aquela era chamada de Livre Acesso. Como haviam várias entradas, por ser a floresta mágica muito especial, o menino observava distraidamente tudo ao seu redor e cochilava. E no cochilo, teve um sonho. Ele sonha que corria, brincando e de repente se vê refletido num lago de águas limpas onde se podia ver o fundo, com peixes diversos, e a autoimagem fala a ele: “Desperta e comece a buscar suas qualidades, você é forte, inteligente e é capaz de aprender, desde que queira enfrentar e superar as dificuldades. Todos possuem forças e fraquezas e este é o seu momento. Queira se permita seguir as orientações necessárias. Pare agora e vá em busca de seus tesouros, aprenda o que ainda não sabe para poder realmente vencer e ser quem você quer ser, ser como merece ser, se tornar como pode ser.” Foi então que gotas de água molharam seu rosto e ele, sem saber o que de fato ocorreu, ouviu uma voz que dizia: “não foi sonho, sonho é o que você quer, pode e vai ser, e sonhar é primeira regra para realizar.” Ele se levantou e foi caminhando muito intrigado e curioso sobre o que tinha sonhado ou, quem sabe, só ter sido sua voz interior lembrando do quão profundamente capaz é!  Ao chegar na entrada chamada Poder, avistou uma rede presa nas árvores, uma chamada árvore da Felicidade e a outra árvore Sucesso. E ele se sentou na rede e no ir e vir, novamente cochilou. Era como se seu sonho continuasse e ele se via aprendendo o que sabia ser necessário para seguir em frente com muitos ganhos. Percebeu que estava se negando a assumir que precisava parar e aprender a base. Que pode recuperar o que ainda não aprendeu e deslanchar. Deslanchar foi a placa do portal de outra entrada do seu sonho, por onde caminhava com alegria.  E, ao acordar, estava na entrada de nome Mudança. Foi uma experiência tão agradável que, desde então, todas as noites se propunha a sonhar com aquilo que era preciso, para ele se tornar cada dia melhor em todas as áreas da vida e em suas qualidades, e mais: aprender o que a idade e a série que está cursando exigem.

 

Você pode ilustrar a história e marcar os pontos que identifica, para modificar sua rotina e se tornar o que pode e quer ser.

 

 

 

 

 

Indicação de leitura:

Livro: AComo se tornar sobrenatural.

Autor: Dr. Joe Dispenza

Editora: Citadel